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Em março deste ano, pesquisadores da Universidade de Aalto, na Finlândia, e especialistas da Universidade de Bayreuth, na Alemanha, se uniram em prol de uma descoberta que pode modificar a maneiras de fazer ciência e destacar os avanços da medicina. Eles criaram um hidrogel rígido e autorregenerativo, capaz de se reestruturar 24h após ser cortado.
O material possui uma característica macia e esponjosa, no qual foram utilizadas nanofolhas ultrafinas de argila para acrescentar a composição. Esses hidrogéis combinam polímeros muito utilizados para cicatrização de lesões e a cada milímetro de espessura, contém 10.000 camadas de nanofolhas, proporcionando a rigidez semelhante à pele humana.
Mas como isso funciona?
Chen Liang Chen, que assina o estudo, misturou água que obtinha nanofolhas com um pó de partículas que se combinam para formar polímeros e essa junção após ser exposta a uma luz UV, que faz com que as moléculas individuais se liguem, se torna um elástico sólido, ou melhor, um gel. A pesquisa foi publicada na revista Nature Materials e pretende demonstrar a eficiência de autocura de 100% e da alta resistência do hidrogel.
Esse “fenômeno” é efeito de um emaranhamento, no qual as camadas do polímero começam a entrelaçar uma na outra como pequenos fios de lã, em ordem aleatória e quando eles estão completamente juntos e entrelaçados, se tornam indistinguíveis, como se fossem um só. Eles se movem e são dinâmicos ao ponto de que se forem cortados, recomeçam o processo de entrelaçamento.
O estudo constata ainda, que após 4 horas de corte o material se regenera em 80% a 90% como mencionado anteriormente, após 24h está inteiro novamente, fortalecendo a semelhança com a pele humana em elasticidade e flexibilidade.
“O mundo vem sendo atravessado por avanços e revoluções extraordinárias, que só estabelecem uma maior responsabilidade com a nossa ideia de futuro idealizado, transformando a medicina e consequentemente nossa maneira de viver. Os adventos da tecnologia proporcionam agilidade e qualidade de pesquisa, que auxiliarão em outras descobertas e novas formas de perspectivas”, disse o pesquisador Urandir Fernandes.
Escrito por Kethelyn Rodrigues, supervisionada por Li Lacerda.