Como as descobertas arqueológicas nos ajudam a entender a história da humanidade?

Desde grutas, artefatos e sítios arqueológicos a depósitos culturais e estruturas misteriosas

Imagem: Reprodução/Lidar usado em Ratanabá na Amazônia

A história da humanidade é contada de diversas maneiras. Cada povo já existente foi marcado por um passado que reflete as raízes e características de uma determinada sociedade que ao longo do tempo se adaptou ao clima, à vegetação e até mesmo aos lugares que moravam. Essas características poderiam inclusive, influenciar em um fluxo migratório das espécies para adaptação a outros ambientes e com isso os humanos utilizavam ferramentas para conseguirem controlar as mudanças climáticas de forma mais eficaz.

Mas como nós temos acesso a todas essas informações e podemos passar as histórias através das gerações?

Inicialmente, a preservação desses patrimônios é essencial para que registros sejam tomados e para que o ser humano possa aprender a cuidar e manter todos os materiais coletados, assim como novos lugares ou paredes em pinturas rupestres não sejam alterados, ou estragados de alguma forma. Em segundo lugar, a arqueologia, permite que qualquer estrutura, objeto, ou sítio que revele informações sobre o passado possam ser estudados.

Essa, por sua vez, contempla ainda artefatos como cerâmicas, cidades antigas e túmulos. Aliás, a preservação é uma resposta às descobertas arqueológicas, já que antes do toque humano a natureza se apodera desse cuidado e é evidente que erosões pelo tempo de exposição ou mudanças na coloração ocorram. Para o “pai dos burros”, a arqueologia é a ciência que estuda períodos históricos e pré-históricos, falando especialmente de monumentos, fósseis ou de qualquer resquício que remontam civilizações antigas, o que faz muito sentido em pesquisas de culturas e costumes das sociedades.

Para adentrarmos esse universo listei 4 descobertas arqueológicas mais impressionantes!

LIDAR

Essa não é necessariamente uma revelação, mas faz parte dela e com certeza auxiliará os pesquisadores em novas investigações. Lidar é a sigla para Light Detection and Ranging, que é um análogo ao radar ou sonar que escaneia grandes áreas em terrenos utilizando uma luz laser por segundo, no qual detecta grandes estruturas sob vegetação e pode mapear as mudanças das paisagens antigas.
Em 2024 foi possível identificar assentos Maias em Campeche, no México; ruínas antigas na ilha de Tonga, no Pacífico e os restos de duas cidades medievais ao longo da Rota da Seda, no Uzbequistão.

UMA TUMBA NO DESERTO DE PETRA

Cerca de 12 esqueletos foram encontrados sob a tesouro de Petra, um sítio arqueológico no deserto da Jordânia, muito conhecido por suas estruturas esculpidas de penhascos de arenito vermelho. Pesquisadores acreditam que um ramo primitivo do povo árabe, começou a enterrar seus mortos em Petra no século 4 a.C. e no século 2 a.C., a região se tornou a capital Nabateia em uma cisterna de abastecimento de água. A população ali existente, hoje é desaparecida, mas algumas estruturas como às esculturas de rocha esculpidas do Tesouro ou Al-Khazneh como também é conhecida e reza a lenda que a grande urna localizada acima da fachada esconde um valioso tesouro, ajudam os cientistas a analisar o modo de vida desse povo e entender como suas crenças funcionavam.

A SELA MAIS ANTIGA JÁ DESCOBERTA

A China, além de ser milenar, esconde diversos segredos e é claro que muitas coisas que remontam a história do mundo, já foram encontradas por lá e assim como manda a regra, na borda do deserto de Taklamakan, uma sela de 2700 foi descoberta no túmulo de uma mulher no cemitério de Yanghai. Alguns indícios também mostram que os cavalos eram montados sem sela ou apenas com uma esteira ou um cobertor para o cavaleiro, as selas vieram após com o intuito de fazer com que as viagens durassem por mais tempo sem que essas pessoas se machucassem ou machucassem o animal. A sela era feita de pedaços de couro costurados e recheados com palha e pelos de animais.

A IA QUE LEU OS PERGAMINHOS QUEIMADOS PELO VESÚVIO

Que a IA vai dominar o mundo e nossa forma de fazer pesquisa e de otimizar processo, nós já sabemos, mas em fevereiro de 2024 estudiosos anunciaram ter usado esse sistema para ler partes de um pergaminho de 2 mil anos que fora queimado na erupção do monte Vesúvio em 79 d.C, desastre esse que dizimou Pompeia, na Itália. Esse pergaminho é um entre os 1800 descobertos no século 18 em meio aos restos de Herculano, antiga cidade romana a 16 km de Pompeia. A leitura só foi possível, pois os cientistas escanearam um pedaço do papiro com raio X e usaram a IA para decifrar o que eles diziam e com isso identificaram 15 colunas de texto e mais 2 de mil caracteres escritos como aproveitar a vida e provavelmente realizado por um seguidor do filósofo grego Epicuro.

“A arqueologia concentra forças suficientes para contar a história da humanidade e nos fazer entender como diversos processos super importantes, como a cultura, a sociedade, costumes e ordens da própria evolução ocorreram. Em Julho de 2022, Dakila liderou a utilização do Lidar para escanear as quadras de Ratanabá, Amazônia e no mesmo ano e mesmo lugar descobrimos esqueletos gigantes. O GPR Radar de Penetração no Solo é outra tecnologia pontual para nossas expedições e serve como uma avaliação para além de nossos olhos”, disse o pesquisador e arqueólogo, Urandir Fernandes.

Escrito por Kethelyn Rodrigues, superviosionada por Li Lacerda.