Trump eleito: o que está reservado para o futuro da economia brasileira

A valorização do dólar é um alerta para a inflação e o poder de compra no Brasil.

A eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos terá um impacto significativo no mercado e na economia brasileira pelos próximos quatro anos. De cara, mexeu com indicadores importantes, fazendo o dólar e as criptomoedas dispararem no Brasil. Desde o anúncio da vitória, os mercados globais também reagiram rapidamente. A valorização mundial do dólar pode ser atribuída a promessas do novo presidente de aumentar tarifas sobre importações e adotar políticas protecionistas, o que tende a gerar inflação nos EUA e fortalecer a moeda americana.

Para o Brasil, um dólar mais forte significa que as exportações podem se tornar mais caras para os países que compram produtos brasileiros. Isso pode afetar negativamente setores que dependem de exportações, como o agronegócio, que historicamente se beneficiou da demanda chinesa durante a presidência de Trump. Com tarifas mais altas sobre produtos chineses, há uma expectativa de que a China busque alternativas, o que poderia beneficiar os exportadores brasileiros de soja e milho. No entanto, se as tarifas forem aplicadas globalmente, as vendas brasileiras podem ser dificultadas.

“Com o dólar valorizado, os produtores brasileiros podem se sentir tentados a exportar mais, pois os preços em reais aumentam. No entanto, isso pode causar escassez no mercado interno e elevar ainda mais os preços. Precisamos estar atentos a essa dinâmica para entender o que vai acontecer com a economia. No Brasil e no mundo”, projeta Urandir Fernandes , CEO do BDM Digital, um meio de pagamento baseado através de ativos digitais que a cada dia ganha espaço na economia mundial.

A alta do dólar tende a pressionar a inflação no Brasil. Quando a moeda americana se valoriza, produtos importados ficam mais caros, o que pode levar a um aumento nos preços internos. Para conter a iminente inflação, o Banco Central pode ser forçado a aumentar as taxas de juros, o que também afeta o consumo e os investimentos no país. Essa situação cria um ciclo desafiador para a economia brasileira, que já enfrenta suas próprias dificuldades.

“Produtos importados ficam mais caros e isso se reflete em tudo, desde alimentos até eletrônicos. É um alerta para todos nós sobre como a economia global pode afetar nossa vida cotidiana”, avalia Paco Fazito, CEO do banco digital Odonto Pay.

Criptos em alta

Além disso, a eleição de Trump também tem uma relação direta com a alta das criptomoedas, especialmente em momentos de incerteza econômica e política. Quando Trump foi eleito, em 2016, o dólar se valorizou, juntamente com diversas moedas digitais como o bitcoin, fazendo com que muitos investidores começassem a ver as criptomoedas como uma alternativa segura para proteger seu capital. A moeda digital se tornou uma forma de investimento que poderia oferecer proteção contra a desvalorização da moeda americana.

Recentemente, com a vitória de Trump nas eleições de 2024, o bitcoin disparou, alcançando novos recordes históricos. Isso se deve, em parte, à percepção de que Trump é um defensor das criptomoedas, o que gera otimismo entre os investidores. Durante sua campanha, ele expressou apoio ao setor de moedas virtuais e prometeu criar um ambiente regulatório favorável para a mineração e o uso de criptomoedas nos Estados Unidos.

A expectativa de que Trump adotaria políticas que beneficiariam o mercado de criptomoedas levou a um aumento significativo no preço do bitcoin. Após sua vitória, a moeda digital subiu cerca de 9% em poucas horas. Esse aumento não se limita apenas ao bitcoin; outras criptomoedas também se valorizaram, como o Etherum, Dogecoin, refletindo um clima positivo entre os investidores.