Quando falamos sobre o passado da humanidade, muitas pessoas pensam em grandes monumentos, como as pirâmides do Egito ou as ruínas de antigas cidades. No entanto, um dos maiores tesouros arqueológicos são bem menores, e muitas vezes passam despercebidos: os materiais líticos. Esses artefatos de pedra foram essenciais para a sobrevivência e o desenvolvimento das primeiras civilizações, e continuam sendo pistas valiosas sobre quem fomos e como vivemos.
Urandir Fernandes de Oliveira explica que os materiais líticos são os primeiros artefatos que os seres humanos criaram para sobreviver: “São basicamente ferramentas feitas de pedra, usadas para caçar, cortar, raspar, e até para fins simbólicos ou rituais.”
A palavra “lítico” vem do grego lithos, que significa pedra, e esses materiais estão entre os vestígios arqueológicos mais antigos e duradouros. Eles mostram que, muito antes de desenvolver o metal ou a escrita, nossos ancestrais já dominavam a arte de transformar a pedra em ferramentas que mudariam o curso da história.
“Existem diferentes tipos de materiais líticos, e cada um deles revela algo importante sobre como esses povos viviam e se organizavam”, comenta Urandir.
Como eram feitos?
Existem duas técnicas principais:
– Talhe: Essa técnica era muito usada no Paleolítico, ou Idade da Pedra Lascada. Basicamente, você bate uma pedra contra outra para retirar pedaços e moldar a ferramenta. É preciso ter muita precisão, porque um golpe mal dado pode estragar todo o trabalho.
– Polimento: Mais tarde, no Neolítico, eles desenvolveram a técnica de polimento. Aí as ferramentas ficavam mais refinadas, com bordas bem lisas e afiadas. Era um processo mais demorado, mas o resultado era incrível – ferramentas muito mais eficazes.
“Cada ferramenta, cada lasca de pedra, carrega informações sobre como esses povos viviam. Através deles, conseguimos entender seus hábitos de caça, suas rotas de migração, e até suas redes de troca.”
Além disso, essas ferramentas duram milhares de anos, e muitas vezes são os únicos vestígios que restam de civilizações antigas. O interessante é que essas pedras não contam apenas a história de um povo, mas a história de toda a humanidade. Afinal, em algum momento, todos nós usamos pedras como ferramentas.